domingo, 7 de agosto de 2011

Mais uma do Giovani

Estória III

Certa feita, era uma véspera de feriado, então no próximo dia não teríamos aula.
Para melhorar, não teríamos o último período das 11:00 hs , por alguma questão, que agora não me recordo.
Então estava tudo perfeito, para irmos até a BR116, pegar uma boa carona , poupar uns trocados, para gastar depois com alguma besteira.
Eu particularmente não podia pegar carona, pois eu havia tido problemas em casa com esta questão. Estava proibido de pegar carona, por motivos óbvios.
Na discussão que houve, então coloquei minhas exigências:
Se não podia pegar carona então eu iria trabalhar e ganhar uns trocados.
O que foi prontamente aceito, pois, parecia ser dos males o menor.
Então, nós soltávamos ao meio dia e às 14:00hs eu pegava no serviço de estagiário, na antiga Massey Ferguson Maq agrícolas.
O tempo estava firme ,mas começando a se formar uma nebulosidade , com premissa de chuva daqui algumas horas.
Eu com aquele problema pessoal:
Tentar pegar carona até o meio dia ( a toque de caixa) para não exceder o tempo hábil do horário do ónibus, que me deixava exatamente no horário de começar o trabalho em Canoas (uma hora depois- pois ele ainda entrava na rodoviária de S. Leopoldo e perdia um bom tempo).
Como parceiro de aventura o querido Pedro, que poderia ficar a tarde toda tentando carona, pois acho eu, ele nunca havia falado em carona em sua casa, o que o livrava deste fardo e desta angústia.
Saímos da aula decididos em pegar uma carona rápida e para isso traçamos um trajeto infalível.
Subiríamos pelos campos de futebol, atravessaríamos uma mata e depois desta pequena aventura sairíamos bem mais perto do 1º viaduto no início da cidade, lugar bem pouco disputado e certamente garantido.
Além do mais não havia nenhum concorrente, pois tínhamos saído uma hora antes, dos demais alunos do colégio.
Tudo prometia, se não fosse aquela angústia de estar fazendo alguma coisa errada e escondida e fora do acertado.
E se desse errado? e Se desse algum acidente e? e? e?...
Quando saímos da pequena mata, O clima tinha ficado mais escuro, e carregado.
Saímos na federal e tentamos por uns 20 min, quando sai uma moto( Honda CB360) a mil, do retorno, quase nos acertando no acostamento, e sobe a lomba deixando só uma fumaça. Pensem: Moto 4T largando fumaça... imaginem a velocidade.
10 min depois já cansados de tanto acenar o polegar, volta o motoqueiro ( acredito que ele fez a volta lá no Turiscar e voltou ate´este viaduto onde estávamos em minutos ) e grita:
-Cadê o meu capacete?
Eu e o Pedro de nada sabíamos, a não ser o susto que tinha nos pregado minutos antes, quando quase nos abalroou no acostamento.
-Não sei do teu capacete- dissemos em coro.
Acrediamos que ele corria, para se livrar da chuva que viria .Naqueles tempos, o capacete podia ser usado amarrado no banco traseiro da moto e ele o tinha perdido.
Retrucou:- Vocês esconderam meu capacete.
- Eu bastante nervoso, pois já era 11:45, sem carona, longe da parada de ónibus e um chato ali enchendo o saco por problemas dele!!!
Ele insistiu tanto, que nos deixou muito estressados e energizados, arrancando novamente em grande estilo e se foi ao mundo. Nem sei se achou o dito cujo capacete.
Olha o tempo já estava tão carregado e faltando 10 min para eu pegar meu ónibus , o nervosismo já não era só meu mas do Pedro tb, pois ele teria de ir de ónibus já que iria chover em no máximo 15 min, quando ACONTECEU o inacreditável pessoal...
Numa fração de um milésimo de segundo eu e o Pedro ouvimos um estalado de chicote , um clarão tipo flash fotográfico, um vento elétrico passou pelo nosso corpo por dentro das roupas e tanto ele quanto eu, estávamos de cabelos em pé, igual aquelas máquinas de eletrostática.
ELE SE VIRA E ME PERGUTA:
-tU VIU?
-NÃO PEDRO EU NÃO VI... SÓ SENTI.
UM RAIO HAVIA CAíDO (OU SUBIDO PELAS NOSSAS CABEÇAS) e estávamos paralizados , certamente tentando sentir vida de novo, pois sabíamos que a coisa não tinha sido brincadeira.
Me apalpei, ele também fez o mesmo e sem trocar uma única palavra e completamente mudos, nos dirigimos até a parada de ónibus, sentamos separados no ónibus e a estória é essa ate´hj.
Parece que nós ouvimos a Voz de Deus:
Vão pra casa meninos, a qual obedecemos sem pestanejar.
Noutro dia no recreio o Pedro ainda, não bem recuperado , e nem eu , olha para um corte na mão e diz:
O corpo errou, pois começou a cura pelo meio do ferimento!
Seria uma disfunção neuronal do meu amigo?
Mas tudo passou Graças a Deus.
Pedro amigo e sobrevivente, me ajude a recordar mais alguma coisa que eu tenha esquecido, pois este evento também aconteceu naqueles tempos.
A próxima será do Barba Roxa( Eduardo Haas).
abs a todos

Giovani

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